SACUDINDO A POEIRA
Na verdade Renato não queria mesmo era encontrar com sua mulher, sua mãe e os outros parentes, não por vergonha, mas para não escutar o que ele já sabia que iria escutar.
Parece que ele tinha esquecido as promessas que fez a Deus na noite anterior quando estava sendo perseguido. Entrou na estação rodoviária para ver se encontrava algum amigo para ficar à toa por ali, mas quando olhou para um canto onde ficavam as cadeiras para que os passageiros esperassem o ônibus, tomou um espanto, na sua direção vinha uma mulher com seus dois filhos e ele quase não acreditou e disse:
— Tetê…O que você esta fazendo aqui?
— Eu sabia que você ia conseguir escapar do meu marido e de toda aquela gente, aproveitei aquela bagunça e fugi para te esperar aqui. Disse ela.
— Mas porque você não me avisou que estava com aquele doido? Renato respondeu.
— Não deu e quando eu fiquei sabendo que você estava lá, eu já fui providenciando as coisas para fugir com você, porque eu não quero mais ficar com o Gerson. Renato ainda disse:
— Mas como vamos fugir? Não tenho dinheiro agora.
— Não tem problema, eu tenho e se você ainda me ama e tem coragem, vamos agora mesmo, por que se demorarmos mais um pouco vai aparecer aqui sua mulher e com certeza o Gersão já deve de estar vindo por aí com alguns de seus amigos. Completou Tetê.
Já faz quase dez anos desse ocorrido e o Renato nunca mais voltou à sua cidade, o que se comenta é que ele está vivendo muito bem com Tetê, conseguiu um patrimônio considerável através do seu trabalho e frequenta uma dessas igrejas alternativas que não é católica e nem protestante.
FIM