SACUDINDO A POEIRA

Por edmarpereira

No outro dia bem cedo, Renato levantou e antes que algum parente seu viesse visitá-lo, saiu do quarto que estava, deu uma sondada pela área do hospital e conseguiu escalar um muro, alcançando a rua.

Como ainda possuía dinheiro no bolso, não foi para casa, encaminhou-se para o terminal rodoviário, onde tomou um ônibus para uma cidade a cento e cinquenta quilômetros da sua, cidade essa que ele já tinha trabalhado por alguns dias há alguns meses. Em direção à cidade ia pensando:

— Faz algum tempo que não vou lá, vou aproveitar e ver uma garota que eu costumava encontrá-la. O que ele não sabia é que essa garota tinha arrumado um marido de nome Gerson, mais conhecido por Gersão e pelo que as pessoas comentavam, era o sujeito mais valente da cidade, e não aceitava que nenhum engraçadinho o tirasse do sério.

— Chegando na cidade, entrou logo no primeiro boteco que achou para “molhar a garganta”, que neste dia ainda estava virgem. Depois que ficou bebendo por mais ou menos uma hora, pagou a conta e foi em direção à casa onde morava a menina que ele queria encontrar, mas a casa estava fechada, chamou algumas vezes, mas ninguém respondeu.

— Ela deve estar trabalhando, vou ficar por aí e bem mais tarde eu volto. Pensou.

Entrou num bar, ali perto, e logo arranjou uns parceiros para jogar baralho apostado, as vezes ganhava, as vezes perdia, quando percebeu a noite já estava chegando, lembrou que estava na hora de procurar a tal garota, pois ele havia andado de tão longe para isso.

Quando ele disse para os outros jogadores que precisava parar, pois tinha um compromisso, estava perdendo muito, enfiou a mão no bolso para fazer o pagamento e constatou que o dinheiro não dava, explicou a eles que precisava ir até um caixa eletrônico para sacar o dinheiro e voltaria bem rápido, pois tinha outros afazeres.

Com muita relutância eles aceitaram, inclusive o dono do boteco que também precisava receber pelas bebidas, apenas alertando-o:

— Não suma, a cidade é pequena e nós o acharemos se não voltar.

Ele saiu apressado lembrando apenas da garota, que há muito não a via e com certeza não ia perder a viagem, esse negócio de dinheiro podia ficar pra depois que ele localizasse um antigo amigo seu para lhe emprestar dinheiro, pois no banco seu saldo era zero.


*continua na próxima página…

Gostou? Compartilhe com seus amigos(as)...

Páginas: 1 2 3 4 5 6